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Se você não vive neste mundo, provavelmente não está sabendo do novo filme dos Cavaleiros do Zodíaco, mas se você mora aqui na terra, é claro que sabe disso. O filme estreou em 21 de Junho de 2014 no Japão e só agora, em 11 de setembro estreou no Brasil com dublagem clássica, nostalgia e tudo mais.

Antes de começar a falar, quero te dizer duas coisas.

1 – Eu não sou crítico de cinema e não farei uma crítica técnica, isso aqui é uma resenha. Essa é a visão de um fã, daquilo que entendo com o que já li e estudei sobre cinema e animação.

2 – Esse filme é um REBOOT da franquia, no site oficial está escrito assim “Com a produção também dirigida pelo autor original Masami Kurumada, o universo todo irá mudar no século 21 com a abertura da nova era mitológica de Saint Seiya”.

PORTANTO

Não vá ao cinema esperando assistir o anime em CG porque você pode se decepcionar. É uma nova visão de Cavaleiros do Zodíaco, adaptada para os tempos de hoje.

Bem, vamos por partes.

– Fidelidade ao clássico

cavaleiros_classicoComo disse acima, não é uma representação exata do clássico, mas ainda assim traz todos os elementos que fizeram de Seiya e seus amigos, o sucesso que são. A motivação inexplicável de Seiya (o que eu nunca gostei, pra ser sincero, mas faz sentido por ele ser protagonista), a superação nos momentos de dificuldade, a valorização da amizade, união, a luta pelo que se acredita e a busca pelo poder que corrompe. Esses elementos sempre foram muito fortes na história dos cavaleiros e no filme estão todos lá.

A história basicamente é a mesma, quem conhece, sabe que não é spoiler, os cavaleiros de bronze precisam defender Atena e dão suas vidas por isso. Ela corre perigo e eles tem que correr até o santuário pra salvá-la; e para chegar ao templo com o Grande Mestre, precisam atravessar as 12 casas e é aí que está o ponto crucial do filme em relação ao clássico que está gerando a maior discussão.

Toda saga das 12 casas tem mais de 70 episódios. Imaginem tudo isso num filme de  uma hora e meia? É LÓGICO que muita coisa teria que ser cortada e foi. Não daria pra condensar tudo em tão pouco tempo, mas eu achei que os cortes foram certeiros, eu mudaria uma ou duas coisas, mas no geral eu acho que os cortes fizeram sentido.

– Personagens

Como sabemos, os personagens de Cavaleiros do Zodíaco são muito, mas muito carismáticos, tanto é que existem fãs para todos os cavaleiros, mesmo Seiya sendo o protagonista, ele não reina absoluto, é algo bem balanceado. Isso não fica diferente no filme, todos os cinco bronzeados mantém suas personalidades que fizeram tanto sucesso e estão ainda mais bem definidas.

Seiya – O líder nato que apanha igual cachorro mas no fim é ele quem resolve a parada.

Seiya
Shiryu – O mais maduro de todos, sempre sábio e com conselhos pros seus amigos.

Shiryu
Hyoga – O frio, mais na dele, mas sempre muito respeitoso com seus companheiros.

hyoga
Shun – O mais atencioso e sensível, não gosta de lutar, mas quando precisa não foge da raia.

Shun
Ikki – Como sempre, o lobo solitário que chega chegando. (uma pena ter tido pouco tempo de tela, uma pena mesmo)

Ikki

Todas essas características que conhecemos desde 94, quando estrou o anime no Brasil, foram mantidas, inclusive nos dourados.

Os cavaleiros de ouro se mostram mais atuantes e não ficam só no seu reduto que é sua casa zodiacal, podemos vê-los em ação fora desse contexto, o que é bem legal, mesmo sendo pouco, mas é legal.

cavaleiros de ouro

Eles mostram o quanto são poderosos e que os bronze não dariam conta se não fosse por detalhes. Outra coisa que eu acho que o filme fez bem com os cavaleiros de ouro é que eles não são tão tontos em perceber a conspiração que tá rolando no santuário como foi no anime.

– Animação

Hoje em dia falar de animação em 3D é chover no molhado, dado o avanço das tecnologias. As cenas são perfeitas, os efeitos maravilhosos e bonitos, a expressão dos personagens é bem natural, fora alguns momentos que lembra um pouco as animações da Disney, isso eu achei ruim, pois lembrou um pouco aquelas piadinhas visuais típicas da terra do Mickey e não encaixou bem no filme a meu ver.

– Fotografia

Saint Seiya Legend Of Sanctuary - Leo House | Saint seiya, Landscape,  Sanctuary

Isso pra mim foi espetacular, as tomadas são lindas, os cenários grandiosos, nada é pequeno, é tudo enorme, as casas são extremamente bem detalhadas, com adornos contextualizados e texturas perfeitas. O santuário é épico, como deve ser um santuário inspirado na grécia antiga, só que esse é ainda maior e lembra muito uma terra mágica tipo nos jogos de RPG. Ponto pra produção artística do filme que conseguiu passar a sensação de que estamos em um outro mundo.

– Armaduras

Como já falei, o filme é um reboot e as armaduras também foram todas revistas. Eu achei todas elas muito bem elaboradas. Na era medieval, as armaduras eram o símbolo maior de status de um cavaleiro, quanto mais adornada era sua armadura, mais importante era aquele guerreiro, as armaduras com mais elementos como os brasões e adornos representavam seu escalão, sua classe, enquanto as mais simples eram de cavaleiros inferiores sem muitos méritos e feitos. Os cavaleiros de ouro tem armaduras muito mais adornadas e com mais detalhes do que os de bronze, no anime e mangá isso já era visível, mas no filme o contraste ficou ainda maior.

– As mudanças

Isso não é spoiler e todo mundo já sabe porque está no site oficial, foi o Milo ter se tornado mulher, no filme isso não me incomodou, mas achei desnecessário, não vi um sentido nessa mudança; talvez seja pra acabar com o sexismo nos desenhos, mas sei lá, mudar o gênero de um personagem tão marcante pra cumprir uma cota não faz muito sentido quando se tem tantos personagens femininos para serem trabalhados.

A luta na casa de Câncer também foi outra coisa que ficou meio “oi?”, Máscara da Morte continua sendo aquele cara maldoso e ardiloso que conhecemos, mas levaram ele pra um lado do humor que eu simplesmente detestei. Mas em compensação Shiryu mostra o quanto é fodão e acaba com ele.

O final tem uma luta bem diferente do anime, o início do embate é bem legal, com bastante ação e golpes de tirar o fôlego, mas chega um momento que uma coisa totalmente diferente acontece/aparece e para uns fãs mais xiitas isso pode ser bem ruim. Eu não achei ruim porque fui esperando mudanças drásticas, já que eu havia percebido isso desde o início, então pra mim não foi um problema. Mas de qualquer forma o final é o esperado, Seiya se superando com ajuda de Atena e resolvendo o problema.

– Dublagem

O QUE FALAR DA DUBLAGEM? O QUE? Simplesmente perfeita! Nossa, quando Seiya grita “Que os nossos cosmos se elevem ao máximo!” Eu quase chorei porque eu fiz uma viagem no tempo, fui na infância voltei.  Quando Cavaleiros do Zodíaco foi dublado aqui no Brasil em 94, os vídeos chegaram na extinta Manchete em espanhol e com alguns erros. Os dubladores tiveram que se desdobrar pra conseguir fazer um bom trabalho e a dublagem clássica se tornou uma das mais marcantes da história, foi por conta dessa dublagem que os fãs começaram a se interessar em conhecer os dubladores dos desenhos, antes disso não existia essa tietagem que existe hoje. O trabalho da Dubrasil com o filme foi primoroso, estão de parabéns!

Vejam um making of da dublagem do filme no vídeo abaixo.

Considerações finais

Eu adorei o filme, fiquei feliz quando terminou a seção, gostaria que tivesse pelo menos mais uns 30 minutos pra desenvolver melhor a história, mas acho que esse filme honrou o legado de Cavaleiros do Zodíaco. Mesmo com todos os problemas que apontei, o filme é bom, é uma história gostosa, divertida, emocionante e bonita. Não vamos nem entrar no mérito que hoje, 20 anos depois, já adultos, se formos analisar, a saga das 12 casas tem alguns furos e coisas sem sentido, mas a gente ama mesmo assim porque fez parte da nossa infância e eu acho que o filme conserta essas coisas.

Eu daria uma nota 8

Like

Se você for um fã mesmo, vai gostar, tenho certeza, se for um iniciante no universo Saint Seiya, vai achar demais porque o filme é visivelmente feito pra um público novo. Você só não vai gostar se for um daqueles fãs bem xiitas que não gostam de mudanças, porque a produção está linda, os acertos foram maiores do que os erros e tem toda a essência que a gente conhece, só que numa história diferente. Se você já viu e não gostou, assista de novo com calma, porque o filme é bom.

Então vá ao cinema com a mente aberta pra coisas novas, prestigie esse trabalho e torça para que mais novidades de Cavaleiros do Zodíaco cheguem ao cinema, TV, games e tudo que puder, porque essa história marcou muita gente positivamente e espero que continue assim.

Se você já viu, diga o que achou nos comentários. Eu sei que os ânimos estão um pouco alterados com esse filme, mas vamos criar um debate sadio, vou ter o maior prazer em responder.

“E você, já sentiu o cosmo arder no seu coração?”


12 comentários

Rodrigo Rosa Santos · 15 de setembro de 2014 às 02:16

Eu até entendo e aceito como fã… o que não dá pra aceitar é aquele Mascara da Morte todo pomposo e aquela casa de Câncer alegórica!

Lucas Veloso · 15 de setembro de 2014 às 00:13

Concordo com tudo oq disse, amigo! Como fã, fiquei bem feliz com o filme, apesar de ter falhas. Pelo visto, as coisas que me incomodaram foram as mesmas que te incomodaram, mas o lance é não perder o foco das coisas boas, que tem demais! Abraço e parabéns pelo site!

    osbonequinhos · 15 de setembro de 2014 às 00:53

    Opa, obrigado, Lucas! O importante é isso, olhar o que tem de bom. =D

Bruno Bora · 15 de setembro de 2014 às 04:50

Achei o filme bom, mas diferente de você (dono do site que não sei o nome, desculpa ae) eu dou um 7. A armadura de Sagitário no final foi a única que não gostei e a casa de Câncer… bem, foi engraçadinho mas logo ficou mais e mais estranho.
E concordo que o filme deveria ter alguns minutos a mais de história, achei que ficou bem corrido e com bastante ação, não que seja ruim, só foi muito rápido mesmo.
Boa resenha…

Marcelo Colecionador · 15 de setembro de 2014 às 11:45

Concordo plenamente. Parece desenho musical da Disney.

Henrique De Abreu · 15 de setembro de 2014 às 22:32

Bela análise. Assisti o filme dia 12, e adorei! As mudanças eu nem me incomodei, afinal é um reboot.

    osbonequinhos · 15 de setembro de 2014 às 21:24

    Obrigado, Henrique. Eu só dispensaria a casa de Câncer, mesmo sabendo que aquilo foi uma referência à Grécia, achei desnecessário, de resto eu aprovo.

Os Bonequinhos · 16 de setembro de 2014 às 00:26

Pois é, pra mim isso foi uma coisa desnecessária do filme.

Os Bonequinhos · 16 de setembro de 2014 às 00:28

É, faltou mesmo foi tempo. Eu acho que uma franquia com essa nova roupagem faria muito sucesso, pegando essa nova geração. Mesmo não sendo exatamente como o anime, ainda mantém todos os elementos que fizeram o sucesso de Cavaleiros.

Os Bonequinhos · 16 de setembro de 2014 às 00:28

Obrigado, Henrique. Eu só dispensaria a casa de Câncer, mesmo sabendo que aquilo foi uma referência à Grécia, achei desnecessário, de resto eu aprovo.

André Braatz · 26 de setembro de 2014 às 01:53

Sabe aquele filme que você jamais verá novamente uma reprise na sua vida? Pois bem, é disso que vou falar.

“Cavaleiros do Zodíaco – A Lenda do Santuário” possui apenas o nome igual a um anime que foi muito bom em sua época.

São muitas coisas ridículas que o filme vomita no público. Exemplo?

1-Não há guerreiros de armaduras, e sim palhaços fantasiados fazendo piadinha sem graça o filme todo;

2-A casa de câncer é o ponto sub-baixo. Simplesmente ridículo! Um musical da merda da Disney em um anime. Pastelão total;

3-O mestre do santuário grego usava uma máscara Maia. Ah, nem quero entrar em detalhes nesse quesito. Mistura nonsense de arquiteturas;

4-Ikki apareceu? Ah, sim ele está em duas cenas. Entretanto, era melhor que não tivesse aparecido. A ave fênix foi totalmente desmoralizada. É a pior participação de fênix em batalhas;

5-O final foi uma mistura de um monte de coisas que todo mundo já viu em algum lugar (de games, outros mangás, seriados japoneses e afins.). Sem o mínimo de originalidade.

6-As "transformações" das armaduras são NITIDAMENTE uma mistura de homem de ferro e Transformers. Nossa, o que era aquilo heim?! Por um momento pensei que iria aparecer um Pégasus Prime ou um cólera do Galvatron.

7-Etc, etc…

Conseguiram transformar personagens maravilhosos em idiotas sem personalidade nenhuma. Mais um filme para entrar na lista tosca, assim com Street Fighter com Van damme e Dragon ball.

Enfim… o filme é péssimo, uma comédia, sem noção e EXTREMAMENTE comercial, ah também fala sobre uns caras que usam armaduras.

Paulo · 25 de fevereiro de 2020 às 22:21

Concordo com tudo, acabei de assistir (sei que demorei muito tempo pra ver) e não senti nada de novo nessa readaptação. Na verdade fiquei com vergonha de indicar para outras pessoas. alguns personagens marcantes, como o fênix, foram ridicularizados.
Tinha tudo pra dar cerro, mas não deu.

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